Pessoal, aqui começamos a jornada da volta ao mundo literário. E já de cara, um país extremamente difícil: Ilhas Marshall. As Ilhas Marshall são um pequeno arquipélago localizado na Oceania.
Esse país me trouxe um grande desafio para encontrar um livro nativo. Simplesmente não encontrei. Aliás, até encontrei um de poemas, mas esse não era o foco do desafio. Então acabei encontrando o livro chamado “Marshall Islands – Legends and Stories”. Esse livro foi “escrito” por estrangeiros (Daniel A. Kelin II, e ilustrado por Nashton T. Nashon), mas relata histórias contadas por nativos. Acontece que ele só existe em inglês. Infelizmente, não encontrei nada em português. Eu consegui a versão física aqui nos Estados Unidos, mas sinceramente não sei se seria fácil encontrar no Brasil. Mas há disponível na Apple Bookstore.
Antes das histórias narradas pelos locais serem transcritas (e eu acredito que de forma fiel ao que os habitantes das ilhas relatam), há uma imagem e uma breve descrição da pessoa que está contando a história. Confesso que senti falta de mais mulheres trazendo essas narrativas. As histórias trazem muito da cultura local e se assemelham ao folclore das ilhas, com lendas, deuses e personagens literários, especialmente ligados à principal atividade do país: a pesca.
Separei uma história que achei interessante, contada pelo morador Nitwa Jeik. É a breve lenda de “Tobolar, Coconut Boy” — em tradução livre, “O Menino-Coco”. Trata-se de uma pequena história de três páginas, em que os irmãos mais velhos querem matar o caçula recém-nascido (super leve, né?), porque não havia comida suficiente para todos. Sua mãe, Lewantonmour, então o enterra (um lindo ato de amor, rs), e do local onde o menino foi enterrado nasce um coqueiro, que começa a fornecer alimento para toda a família. Como podemos ver, são histórias bastante ligadas às lendas e ao folclore local.
O intuito do blog não é avaliar os livros de forma tão crítica. Acredito que isso vai se aplicar mais aos romances. Nesse primeiro caso, não tive tanta sorte... Não dá para julgar histórias folclóricas e culturais com um olhar ocidentalizado e crítico. Mas serviu para aprender bastante sobre alguns aspectos de um país que, convenhamos, mal ouvimos falar no Brasil.
Foi um desafio, mas também um aprendizado. Senti falta da presença de mulheres entre os contadores de histórias — mais de 90% das narrativas são feitas por homens. Tirando isso, foi uma experiência gratificante sobre um país até então desconhecido para mim.
Será que tenho mais sorte com San Marino?
Data da publicação para acompanhamento: 9 de junho de 2025.